O saldo negativo representa um crescimento de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024 e marca o terceiro ano consecutivo de déficit nas contas das estatais controladas pela União. A última vez que o resultado foi superavitário até maio ocorreu em 2022, com R$ 5,1 bilhões no azul.
Os números constam no relatório Estatísticas Fiscais do BC, que considera apenas receitas e despesas primárias, sem contabilizar o pagamento de juros. Estatais como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES não entram no cálculo.
A performance das empresas estatais é sensível a uma série de fatores, como subsídios públicos, políticas tarifárias e investimentos estatais. Quando os déficits se acumulam, a pressão sobre o Tesouro Nacional cresce — já que o governo pode ser chamado a cobrir perdas por meio de aportes ou garantias.
Apesar dos dados negativos, o governo federal contesta a leitura feita pelo Banco Central. A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, criticou a metodologia usada no relatório.
Segundo ela, o cálculo não leva em conta os lucros líquidos das empresas, focando apenas nas receitas e despesas do ano corrente. “Das 11 estatais apontadas como deficitárias, nove tiveram lucro nos seus balanços financeiros”, destacou.
Entre os exemplos citados por Dweck estão o Serpro, que teve lucro de R$ 685 milhões em 2024, e a Dataprev, que fechou o ano passado com R$ 508,2 milhões de lucro — valor menor do que os R$ 598,6 milhões de 2023, mas ainda positivo.
Em 2024, o déficit total do setor foi de R$ 8,07 bilhões, sendo R$ 6,73 bilhões apenas das estatais federais.
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