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Fraude em emendas revela prejuízo de R$ 28 milhões e aponta para 14 deputados em MT

A operação cita 14 deputados estaduais, um prefeito e um secretário de Estado, investigados por suposto envolvimento no desvio de verbas de emendas parlamentares.

16/06/2025 às 16h36 Atualizada em 17/06/2025 às 07h59
Por: Redaçao
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Fraude em emendas revela prejuízo de R$ 28 milhões e aponta para 14 deputados em MT

 

Uma investigação da Polícia Civil de Mato Grosso, batizada de Operação Suserano, está abalando o cenário político do estado ao apontar para um suposto esquema de fraude na compra de kits agrícolas, com um prejuízo estimado em R$ 28 milhões aos cofres públicos. Deflagrada em 24 de setembro de 2024 pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), a operação cita 14 deputados estaduais, um prefeito e um secretário de Estado, investigados por suposto envolvimento no desvio de verbas de emendas parlamentares.


Os Políticos sob Investigação na Operação Suserano

Entre os nomes citados no inquérito, obtido pelo UOL, estão políticos de diversas bancadas. O esquema teria se beneficiado da destinação de emendas para a Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf), focando na compra de kits agrícolas que teriam sido adquiridos com um sobrepreço de R$ 10,2 milhões.

Além do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), que já veio a público para se defender, a lista de parlamentares sob investigação inclui:

  • José Eduardo Botelho (União), então presidente da ALMT
  • Doutor João José (MDB)
  • Júlio Campos (União), ex-governador
  • Dr. Eugênio (PSB)
  • Wilson Santos (PSD)
  • Thiago Silva (MDB)
  • Dilmar Dal Bosco (União)
  • Carlos Avalone (PSDB)
  • Diego Guimarães (Republicanos)

A investigação também alcança o Executivo Municipal e Estadual, citando o prefeito de Rondonópolis, Cláudio Ferreira (PL), e o atual secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Alan Kardec (PSB).


Detalhes da Fraude e as Defesas dos Investigados

A Operação Suserano apura que o empresário Alessandro do Nascimento seria o suposto beneficiário do esquema, atuando como sócio oculto de empresas que teriam recebido o dinheiro das emendas. Os kits agrícolas teriam sido fornecidos pelo Instituto de Natureza e Turismo – Pronatur, que assinou 24 termos de fomento com a Seaf. A Polícia Civil suspeita que o dinheiro foi pago pelo instituto à empresa Tupã Comércio e Representações, que estaria em nome de um "laranja" do grupo.

A delegada Juliana Rado, responsável pelo caso, solicitou que o inquérito seja encaminhado à Polícia Federal para aprofundar as apurações. A Polícia Civil suspeita ainda que Alessandro do Nascimento estaria envolvido em uma rede de empresas, incluindo a Tubarão Sports, e é investigado por suposta lavagem de dinheiro no exterior. A defesa de Nascimento nega as acusações.

Os políticos citados na investigação têm se manifestado:

  • Gilberto Cattani (PL) negou irregularidades, afirmando nunca ter concordado com o modelo dos kits e justificando sua participação como ação de bancada. Ele defende a investigação: "Quem não deve, não teme."
  • Cláudio Ferreira (PL), prefeito de Rondonópolis, disse que suas emendas visam atender aos cidadãos dentro da legalidade e sem cunho eleitoral.
  • Alan Kardec (PSB), secretário de Ciência e Tecnologia, não foi notificado e reafirmou a lisura de suas relações.
  • José Eduardo Botelho (União) negou participação em ilicitudes ou eventos de entrega em período eleitoral.
  • Doutor João José (MDB) declarou que suas emendas foram indicadas e executadas com seriedade e transparência.
  • Júlio Campos (União), por meio de sua assessoria, apoiou a investigação, mas contestou o uso de sua imagem associada à operação.
  • Dr. Eugênio (PSB) desconhece benefícios a agricultores em período eleitoral, afirmando não ter destinado emenda impositiva nesse período.
  • Wilson Santos (PSD) defendeu as emendas parlamentares como recurso constitucional, cobrando apuração de irregularidades.
  • Thiago Silva (MDB) negou crime eleitoral e ter realizado entregas de equipamentos durante a campanha.
  • Dilmar Dal Bosco (União) afirmou ter tomado cuidados legais para não desrespeitar a legislação eleitoral.
  • Carlos Avalone (PSDB), por sua assessoria, declarou destinar emendas à agricultura familiar há anos, com prestação de contas.
  • Diego Guimarães (Republicanos) negou ter destinado qualquer emenda ao Instituto Pronatur ou participado de entregas dos kits.

A Operação Suserano segue como um dos principais focos da Polícia Civil de Mato Grosso, agora com a participação da Polícia Federal, prometendo novos desdobramentos no cenário político estadual.

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