A empresária Julinere Goulart Bentos confessou informalmente à Polícia Civil que mandou matar o advogado Renato Nery, morto a tiros em julho de 2024, em Cuiabá. Apesar de alegar que desistiu da ideia, a empresária afirmou que o marido, César Jorge Sechi, “continuava insistindo que o advogado precisava morrer”.
A revelação consta na decisão da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), que prorrogou por mais 30 dias a prisão preventiva do casal, alvo da Operação Office Crime, que investiga o homicídio.
Segundo a magistrada, Julinere inicialmente permaneceu em silêncio durante o interrogatório, mas em momento posterior fez declarações espontâneas à polícia, assumindo ter ordenado ao policial militar Jackson Pereira Barbosa que cometesse o crime. Ela relatou também que vinha sendo extorquida por Jackson e que “não aguentava mais a situação”.
O casal foi preso no dia 9 de maio, em Primavera do Leste, onde morava em um condomínio de luxo.
Outros investigados confirmaram participação no assassinato. O policial militar Heron Teixeira e seu caseiro, Alex Roberto, confessaram envolvimento. Alex afirmou ter sido o autor dos disparos que mataram Renato Nery e que recebeu cerca de R$ 100 mil do casal para executar o crime.
Além deles, a polícia também apontou o envolvimento de outros cinco policiais militares, sendo quatro integrantes da Rotam (Rondas Ostensivas Tático Móvel):
Jorge Rodrigo Martins
Wailson Alessandro Medeiros Ramos
Wekcerlley Benevides de Oliveira
Leandro Cardoso
Esses PMs foram acusados de forjar um confronto para ocultar a arma usada na execução. Eles chegaram a ser presos, mas foram soltos por decisão do juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá.
Outro policial, Ícaro Nathan Santos Ferreira, também foi apontado como integrante do grupo criminoso e permanece preso preventivamente.
Renato Nery foi assassinado no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Baleado, o advogado foi socorrido e submetido a cirurgia no Hospital Jardim Cuiabá, mas não resistiu e morreu na madrugada seguinte.
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