EUA e China anunciam alívio mútuo em tarifas e criam canal permanente de diálogo

Os Estados Unidos e a China anunciaram nesta segunda-feira (12) um pacote de medidas concretas para reduzir as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. O acordo, revelado após uma nova rodada de negociações em Genebra, prevê a suspensão parcial das tarifas mais recentes e o estabelecimento de um canal permanente de diálogo bilateral.

Pelo acerto, a China vai reduzir suas tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10% nos próximos 90 dias. Em contrapartida, os Estados Unidos cortarão suas taxas sobre produtos chineses de 145% para 30% no mesmo período. A medida é considerada o gesto mais concreto de distensão desde o início da escalada tarifária em abril.

Além da flexibilização tarifária, os dois países concordaram em criar um mecanismo de consulta permanente. O grupo será liderado pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng; o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent; e o representante comercial americano, Jamieson Greer. O objetivo é evitar novas escaladas e promover o diálogo contínuo sobre comércio, segurança e temas sensíveis.

Um desses temas sensíveis foi discutido pela primeira vez no encontro: a crise do fentanil nos Estados Unidos. Segundo Greer, houve “um comprometimento surpreendente” da China em ouvir e reconhecer a gravidade da epidemia. Washington pediu que Pequim reforce o combate à produção e exportação ilegal dos precursores químicos usados na fabricação do opioide.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, celebrou o resultado dos dois dias de reuniões e destacou o “respeito mútuo” durante as conversas. Para ele, o novo canal de diálogo pode evitar crises semelhantes à recente guerra tarifária. “Conseguimos não só aliviar pressões comerciais, mas também dar um passo importante na reparação das relações”, disse.

As tensões entre China e EUA voltaram a crescer em abril, quando ambos impuseram tarifas históricas sobre centenas de produtos. A trégua parcial agora anunciada é vista como um possível ponto de virada para a retomada de relações mais estáveis e previsíveis entre as duas potências globais.