O Conselho Global da Igreja do Evangelho Quadrangular pediu oficialmente a renúncia do pastor e ex-deputado federal Mário de Oliveira da presidência nacional da denominação no Brasil. A solicitação ocorre após a revelação de uma denúncia de abuso sexual contra uma menor de idade, registrada em dezembro de 2024.
Segundo o boletim de ocorrência, os abusos teriam começado quando a vítima tinha apenas 14 anos. A Justiça determinou uma medida protetiva que proíbe o pastor de manter contato com a jovem, seus familiares e testemunhas do caso.
Em carta enviada em janeiro, a cúpula internacional da igreja exigiu a saída imediata de Oliveira do cargo. O documento também orienta o Conselho Nacional brasileiro a destituí-lo caso ele se recuse a renunciar voluntariamente. “Esperamos que qualquer líder acusado de conduta sexual grave se afaste para permitir a devida investigação”, afirma o texto.
Além das acusações criminais, o Conselho Global apontou falhas doutrinárias e éticas atribuídas a Oliveira. Vídeos que circulam internacionalmente mostram o pastor caluniando Aimee Semple McPherson — fundadora da Igreja Quadrangular — e usando linguagem ofensiva contra outros líderes da denominação. A postura foi classificada como “inaceitável”.
“Estamos comprometidos com um futuro brilhante para a Igreja Quadrangular no Brasil, pautado na unidade, frutificação e integridade ética na liderança. Por isso, instamos que estas questões sejam resolvidas de forma justa”, conclui a carta.
Com sede mundial em Los Angeles, a Igreja do Evangelho Quadrangular está presente em 157 países. No Brasil, conta com mais de 18 mil templos e 30 mil pastores. Segundo o Censo de 2010, cerca de 1,8 milhão de brasileiros se declaravam membros da igreja. A denominação também tem forte presença política, com representantes como os deputados federais Messias Donato (Republicanos-ES), Stefano Aguiar (PSD-MG) e Jefferson Campos (PL-SP).
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