Um anúncio inusitado chamou a atenção de quem passava pelas ruas do bairro Vitória, na região Nordeste de Belo Horizonte, na última quarta-feira (30). Um carro de som circulava pelo local oferecendo atestados médicos de três dias por R$ 50. A situação, registrada em vídeo, rapidamente viralizou nas redes sociais.
“Já vi carro do ovo e do abacaxi, mas do atestado foi a primeira vez”, brincou o empresário Felipe Rodrigo Oliveira, de 37 anos, autor da gravação. O vídeo, publicado em seu perfil, já soma mais de 86 mil visualizações e mostra o automóvel trafegando pela avenida Magenta enquanto anunciava a venda de atestados falsos.
Felipe conta que estava acompanhado da esposa quando ouviu a mensagem. “Comentei com ela, mas na hora ela não acreditou. Fui procurar de onde vinha o som e encontrei esse carro”, disse. Surpreso, ele decidiu filmar a cena, que se tornou assunto entre moradores e internautas.
O carro de som circulava justamente na véspera do feriado do Dia do Trabalhador, comemorado em 1º de maio. “Não sei se era brincadeira ou sério, mas acredito que pode ter sido algo para divertir. Afinal, isso é crime”, comentou Felipe.
De fato, a comercialização e o uso de atestados médicos falsificados configuram crime no Brasil. Segundo o Código Penal, quem fornece documentos falsos pode responder por estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documento, com penas que variam de um a cinco anos de prisão, além de multa. Já quem utiliza o atestado falso pode ser enquadrado no artigo 304, que prevê as mesmas penalidades.
Além das implicações criminais, a prática também pode acarretar punições trabalhistas, como a demissão por justa causa.
As autoridades ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.
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