O procurador-geral da Câmara Municipal de Cuiabá, Eustáquio Inácio Noronha Neto, informou nesta terça-feira (6) que ainda aguarda a íntegra da decisão judicial que determinou o afastamento dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) para definir se recomendará à presidente da Casa, Paula Calil (PL), a convocação imediata dos suplentes.
Segundo Noronha Neto, a Procuradoria solicitou o documento por duas vezes à Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) e ao Poder Judiciário, mas ainda não obteve resposta. “Precisamos ter acesso à decisão para analisar se o afastamento é por 180 dias ou até a conclusão das investigações. Se for a segunda hipótese e o inquérito for encerrado antes de 30 dias, não haveria necessidade de convocação de suplentes, conforme o Regimento Interno”, explicou.
Os parlamentares foram afastados de seus mandatos no último dia 29 de abril, suspeitos de envolvimento em um esquema de pagamento de propina para aprovação de um projeto de interesse da empreiteira HB20 Construções, responsável pela obra da Avenida Contorno Leste, na capital.
Se confirmada a convocação, a vaga de Chico 2000 será destinada inicialmente ao secretário de Agricultura Familiar, Fellipe Correa, que já sinalizou que pretende permanecer no Executivo. Nesse caso, o empresário Rafael Yonekubo, segundo suplente, deve ser chamado. Para o lugar de Sargento Joelson, quem assume é Gustavo Padilha (PSB), que obteve 2.113 votos na última eleição.
A ação que resultou no afastamento dos vereadores faz parte da Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Civil por meio da Deccor. No dia 29 de abril, policiais cumpriram 27 ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão, sequestro de bens, valores e imóveis, além da quebra de sigilos telefônicos e eletrônicos.
Além de Chico 2000 e Sargento Joelson, também são investigados um empresário e dois funcionários da HB20 Construções. As apurações começaram após uma denúncia feita pelo atual prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (União Brasil), quando ainda exercia o cargo de deputado federal.
Enquanto isso, a Câmara aguarda a íntegra da decisão e novos desdobramentos para definir os próximos passos.
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