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Auxílio-gás perto do limite e arrecadação abaixo do esperado pressionam contas do governo

Apesar do saldo negativo, a arrecadação total cresceu 1,3% em relação ao mesmo mês de 2024, impulsionada por um aumento de 6,5% nas receitas da Previdência.

17/03/2025 às 14h12 Atualizada em 17/03/2025 às 16h17
Por: Redaçao
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Auxílio-gás perto do limite e arrecadação abaixo do esperado pressionam contas do governo

 

A Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) da Câmara dos Deputados elevou a previsão de déficit orçamentário do governo federal para 2025, estimando um rombo de R$ 68,5 bilhões. O novo cálculo reflete a arrecadação abaixo do esperado e o crescimento das despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários e auxílio-gás.

Em fevereiro de 2025, o déficit do governo foi de R$ 31,7 bilhões, resultado de receitas de R$ 142,3 bilhões e despesas de R$ 174 bilhões. Apesar do saldo negativo, a arrecadação total cresceu 1,3% em relação ao mesmo mês de 2024, impulsionada por um aumento de 6,5% nas receitas da Previdência.

Arrecadação abaixo do esperado

Mesmo com a alta na arrecadação previdenciária, a Receita Federal ficou R$ 6,7 bilhões abaixo da projeção do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025. Enquanto impostos sobre importação, renda e operações financeiras superaram as previsões em R$ 9 bilhões, tributos como Cofins, PIS/Pasep e CSLL tiveram uma frustração de R$ 15,6 bilhões, impactando negativamente as contas públicas.

Além disso, outras receitas administradas pela Receita Federal arrecadaram R$ 8,8 bilhões a menos do que o esperado, tornando necessária uma revisão orçamentária para adequar as projeções fiscais ao longo do ano.

Despesas caem, mas pressão sobre orçamento segue alta

As despesas totais do governo tiveram uma queda de 13% na comparação entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025, passando de R$ 200,6 bilhões para R$ 174 bilhões. O principal fator para essa redução foi a ausência do pagamento de R$ 31 bilhões em precatórios que ocorreu no ano anterior. Sem esse fator extraordinário, os gastos teriam aumentado 1,8%.

A Conof alerta que, caso o Orçamento de 2025 já estivesse aprovado, os gastos poderiam ser ainda maiores, devido a reajustes salariais e à retomada da execução regular de despesas discricionárias. O texto orçamentário segue travado no Congresso e pode ter sua votação adiada para abril.

Auxílio-gás próximo do limite

Outro ponto de atenção no relatório da Conof é a insuficiência de recursos para o auxílio-gás. Nos dois primeiros meses de 2025, o governo já gastou R$ 572,4 milhões dos R$ 600 milhões previstos para o ano, deixando o benefício à beira do esgotamento. A consultoria alerta para a necessidade urgente de suplementação orçamentária para garantir a continuidade do programa nos próximos meses.

Meta fiscal de Lula em risco

O governo Lula tem como meta zerar o déficit fiscal em 2025, mas a Conof considera essa possibilidade improvável, estimando que as chances de equilíbrio nas contas públicas são inferiores a 30%. Para aumentar essa possibilidade para até 90%, o governo teria que adotar medidas extraordinárias, como antecipar o abatimento de precatórios.

A equipe econômica do governo estuda alternativas para conter o rombo e garantir o cumprimento da meta, mas enfrenta desafios com a queda de arrecadação e o aumento das despesas obrigatórias. Enquanto isso, o Congresso segue em compasso de espera para definir a aprovação do orçamento de 2025, o que pode impactar ainda mais a execução das contas públicas.

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