A Justiça de Mato Grosso determinou que o sargento da Polícia Militar Heron Teixeira Pena Vieira cumpra sua prisão temporária na Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (ESFAP), em Cuiabá. A decisão foi proferida pela juíza Silvana Ferrer Arruda durante a audiência de custódia realizada no último sábado (8), após o policial se apresentar à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Heron era considerado foragido desde a última quinta-feira (6), quando a Operação Office Crimes – A Outra Face foi deflagrada para apurar a morte do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024. Além dele, outros quatro policiais militares e um civil foram presos, suspeitos de envolvimento na execução do advogado.
A magistrada determinou que medidas especiais sejam adotadas para garantir a segurança do sargento dentro da unidade militar, assegurando sua integridade física.
"Considerando a informação de que o autuado é policial militar, determino seja expedido ofício ao responsável pelo local para que adote as medidas necessárias e imediatas visando a garantia da integridade física e da própria vida do apresentado", escreveu a juíza no despacho.
Além disso, Heron foi proibido de manter contato com os demais policiais presos: Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins.
O grupo é investigado pelo assassinato do advogado Renato Nery, de 72 anos, morto com sete tiros na cabeça em frente ao seu escritório, na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá. Câmeras de segurança registraram o momento da execução. A vítima chegou a passar por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.
Heron também já havia sido alvo da Operação Simulacrum, que investigou um esquema de execuções forjadas por mais de 60 policiais militares. O grupo teria participado de ao menos 24 mortes simuladas como confrontos. No âmbito dessa investigação, o Ministério Público denunciou Heron por sua participação nos crimes.
Em nota oficial, a Polícia Militar de Mato Grosso afirmou que a Corregedoria-Geral acompanha o caso e reforçou que a instituição "não coaduna com nenhum tipo de crime, seja dentro da corporação ou fora dela".
O assassinato de Renato Nery causou grande comoção na comunidade jurídica e segue sob intensa investigação.
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