O setor cafeeiro enfrenta um cenário desafiador, impactado principalmente por condições climáticas extremas que afetam diretamente a produção e o custo da commodity. Desde 2021, tanto o café arábica quanto o conilon vêm sofrendo com variações climáticas severas nas principais regiões produtoras, o que tem resultado em uma grande instabilidade nos preços. Especialistas alertam que, diante desse contexto, o quilo do café nos supermercados brasileiros pode chegar a R$ 60.
Além das dificuldades climáticas, outros fatores também influenciam o mercado, como questões geopolíticas e oscilações na oferta. Brasil e Vietnã, os maiores produtores mundiais, enfrentam dificuldades para manter sua produção estável, o que impulsiona o aumento dos preços do café tradicional.
O interesse pelo café continua crescendo, especialmente entre os consumidores mais jovens. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), essa geração vê a bebida como parte de um estilo de vida mais saudável e ativo, valorizando aspectos como sabor, origem e métodos de preparo.
Além disso, o compartilhamento de informações sobre café nas redes sociais tem ampliado a conscientização sobre sustentabilidade e rastreabilidade do produto, influenciando ainda mais as tendências de consumo.
O clima continua sendo um dos maiores desafios para os produtores de café. O Brasil, maior produtor mundial, tem registrado quedas na safra devido a eventos extremos, como secas prolongadas e chuvas excessivas. Esses fenômenos afetam a florada do café, etapa crucial para a produtividade, resultando em uma redução estimada de 4,4% na produção nacional.
No Vietnã, a situação não é diferente. As adversidades climáticas têm reduzido a oferta global de café, aumentando ainda mais a pressão sobre os preços.
Fatores geopolíticos também desempenham um papel crucial na formação dos preços do café. Mudanças nas tarifas de importação dos Estados Unidos, por exemplo, têm afetado diretamente as cotações internacionais, aumentando a volatilidade do mercado.
Além disso, conflitos em regiões estratégicas e novas regulamentações comerciais têm impactado a dinâmica global da oferta e demanda, tornando o futuro dos preços do café ainda mais incerto.
A perspectiva para o mercado do café não aponta para uma redução significativa nos preços a curto prazo. Mesmo que melhorias climáticas possam trazer algum alívio, fatores como a possibilidade de geadas continuam sendo uma ameaça para a produção. Diante desse cenário complexo, a estabilização dos preços dependerá de uma série de variáveis, tornando difícil prever um retorno aos valores mais baixos.
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