A Justiça de Mato Grosso reafirmou a obrigação de Carlinhos Bezerra, réu por duplo homicídio, de pagar uma pensão mensal de R$ 4 mil à mãe de sua ex-namorada, Thays Machado, uma das vítimas. O caso, marcado por tentativas frustradas de contestação, destaca a complexidade da reparação judicial em crimes graves.
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A desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho, vice-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), manteve a decisão que obriga Carlinhos Bezerra, filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB) e réu por duplo homicídio, a pagar R$ 4 mil de pensão para Denise Jorge Machado, mãe de Thays Machado.
Thays foi assassinada por Carlinhos em janeiro de 2023, junto com o namorado, Wilian Cesar Moreno, em frente ao edifício Solar Monet, no bairro Consil, em Cuiabá.
A magistrada destacou que já existe uma sentença definitiva sobre o caso, o que invalida o recurso interposto pela defesa de Carlinhos. “Assim, verifica-se a perda superveniente do objeto do presente recurso, uma vez que houve sentença com resolução do mérito na ação”, apontou na decisão publicada em 14 de janeiro.
O recurso, protocolado em novembro de 2024, alegava que Carlinhos seria incapaz de arcar com a pensão devido à sua condição financeira. No entanto, documentos apresentados pelo próprio réu mostram que ele possui bens avaliados em quase R$ 470 mil, incluindo participações em empresas e uma casa no bairro Santa Rosa, em Cuiabá, além de dívidas no valor de R$ 118.933,65.
Essa foi a segunda tentativa de Carlinhos de se isentar do pagamento. Em outubro de 2024, a defesa já havia argumentado que, por estar preso, ele não poderia trabalhar e que Denise não era dependente da filha, mas possuía fontes próprias de renda. Ambas as alegações foram rejeitadas pela Justiça, que reforçou a obrigação do pagamento.
O caso:
Thays Machado e Wilian Cesar Moreno foram assassinados em janeiro de 2023. Carlinhos, que havia mantido um relacionamento de dois anos com Thays, não aceitou o término e cometeu o crime em frente ao edifício onde ela morava. Em janeiro de 2024, Denise Jorge Machado e o irmão de Thays, Thyago Jorge Machado, iniciaram uma ação de indenização por danos morais, incluindo o pedido de pensão vitalícia.
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