A fala baixa e mansa de Lúdio Cabral, candidato petista a prefeito de Cuiabá, foi alvo de críticas durante o programa Central das Eleições da GloboNews, transmitido na quarta-feira (23). Ao exibir um vídeo da campanha de Lúdio, onde ele se apresenta como defensor de pautas tradicionalmente associadas à direita, como Deus, Família e Agronegócio, as jornalistas sugeriram que o discurso foi moldado para atrair o público bolsonarista, que, segundo elas, constitui a maioria na capital de Mato Grosso.
A jornalista Natuza Nery fez questão de destacar a contradição percebida na campanha de Lúdio, afirmando: "Esse candidato para você, é um candidato de direita ou de esquerda? Se você falou de direita, você errou. Esse é um candidato de esquerda. Ele está há 28 anos no PT, começou no movimento estudantil... e lá ele se aliou ao agronegócio."
Em sua análise, a jornalista Julia Duailibi reforçou que a mudança de tom no discurso de Lúdio se deve ao perfil majoritariamente bolsonarista da cidade de Cuiabá. "Cuiabá é uma cidade que está super com Bolsonaro. Ele teve um dos maiores percentuais de votos em 2022, mais de 60% lá. Então, o discurso precisa ser moldado para esse público", observou Julia.
No encerramento da análise, Natuza Nery fez uma comparação entre Lúdio Cabral e Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, usando o termo "picolé de chuchu", uma expressão que remete à falta de carisma. "Ele é quase um picolé de chuchu... Ele lembra mesmo o Geraldo Alckmin, essa figura que fala baixo, fala manso", comentou a jornalista. A expressão, que originalmente foi atribuída a Alckmin por Lula em 2014, sugere uma figura política sem graça ou intensidade, algo que Natuza associou ao estilo de Lúdio.
O apelido de "picolé de chuchu" já havia sido usado por Lula para criticar Alckmin durante a campanha de 2014, quando o então presidente afirmou que Alckmin evitava assumir responsabilidades pelos problemas de São Paulo e tinha uma postura considerada "insossa".
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