Um Olhar Aprofundado Além do Sensacionalismo"
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) ganhou uma notoriedade extraordinária, permeando conversas do cotidiano a salas de reunião corporativas. No entanto, é crucial compreender que a IA não é uma novidade do século XXI. Seu desenvolvimento remonta a várias décadas atrás, e o que testemunhamos hoje é uma evolução natural potencializada pelo avanço exponencial do hardware de computação.
A IA não é um conceito recém-nascido. Na verdade, suas raízes podem ser rastreadas até a década de 1950, quando cientistas como Alan Turing começaram a explorar a ideia de máquinas pensantes. Porém, as limitações tecnológicas da época restringiam o potencial prático dessas ideias.
A transformação significativa na IA veio com o aumento impressionante do poder de processamento. A Lei de Moore, que prevê a duplicação do número de transistores em chips a cada dois anos, tem sido uma previsão relativamente precisa do desenvolvimento de hardware. Este aumento exponencial na capacidade de processamento permitiu que modelos de IA, que anteriormente seriam impraticáveis ou impossíveis de serem executados, se tornassem realidade.
Pode-se comparar o desenvolvimento da IA ao de um carro de corrida. Nos primeiros dias, tínhamos o veículo (a IA) e a estrada (as aplicações), mas o motor (hardware de computação) era fraco. Com o passar dos anos, o motor foi aprimorado, permitindo que o carro acelerasse a velocidades antes inimagináveis.
Estudos mostram que a capacidade de processamento dos computadores aumentou cerca de um trilhão de vezes desde a década de 1950. Esta evolução é paralela ao progresso na capacidade de redes neurais e algoritmos de aprendizado de máquina, que são essenciais para a IA moderna. Por exemplo, o modelo GPT (Generative Pre-trained Transformer) da OpenAI, que evoluiu de GPT-1 para GPT-4 em apenas alguns anos, ilustra como aprimoramentos no hardware possibilitaram saltos significativos em desempenho e capacidades.
Entender a IA requer a compreensão de que ela é um campo em constante evolução, intimamente ligado ao desenvolvimento do hardware de computação. A sensação de que a IA é uma inovação repentina é um equívoco, ela é, na verdade, o resultado de décadas de pesquisa e desenvolvimento, agora aceleradas por avanços tecnológicos. Ao desmistificar a IA, podemos apreciar melhor seu potencial e aplicá-la de maneira responsável e informada em diversos setores da sociedade.
Claudio Cordeiro é Publicitário, Presidente do Sindicato das Agências de Propaganda de Mato Grosso SINAPRO/MT FENAPRO, Estrategista Político Eleitoral e CEO da Gonçalves Cordeiro.
Mín. 21° Máx. 37°